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Mostrando postagens de março, 2008

Um vento

Se houvesse um vento um sopro ou uma brisa que do céu viesse e me descabelasse que refrescasse o tempo e esfriasse a vida que afastasse a dor e me acalmasse o anseio. Se houvesse um vento que me trouxesse as novas e que fossem boas as novas que viessem que me dissessem tudo o que pedisse a alma e revelassem tudo e me deixassem calma, Então, esse vento me traria todos os meus sonhos de volta e numa brisa me diria segredos e poesias e num sopro eu iria do silencio à sinfonia. Mas só se houvesse um vento.

Nem santo, nem profano

Já dizia Sheakspeare: Ser ou não ser, eis a questão. Ser verdadeiro e não ser falso Ser ativo e não ser passivo Ser vivo e não ser morto Ser torto e não ser liso Ser de Cristo sem ter que ser crente Ser ciente e não tocar naquilo Ser luz e não viver no escuro Ser bom mas não ser burro Ser educado e não ser tolo Ser amado sem ser odiado Ser amigo e não ter inimigos Ser íntegro e não ficar irado Ser santo ou ser profano? Eis a questão. Nem santo e nem profano, mas sem medo de dizer NÃO !!

Você viu por aí ?

Onde está o grito ? O som da alma lavada e o riso da criança levada. Onde está a voz ? A força de quem perdoa e a certeza de quem espera. Onde está a música ? O estalar dos sentimentos, o movimento do desejo e o encontro dos amantes. Onde estão os seres ? Os humanos de verdade, amantes da verdade e latentes do amor. Onde está a vida? Daqueles que gritam, daqueles que falam, daqueles que cantam e daqueles que são. Onde está? Aonde estão?

Fim da corda

Ahhh ! ...olha que eu ainda lanço um grito, que me rasgue a alma e que desfaça o mito! Ah!...ou então vou correr feito uma louca, me descabelar toda e arrancar o som dessa minha voz rouca! Ah! ... que eu quero mesmo é jogar fora essa pressão que me desafora e me afronta por desforra! Ah! ...que eu ainda mato o fato! e eu ainda enforco o ato e eu ainda dou um laço que nunca mais desato! Ah! que eu ainda sumo daqui !

Coisas que não gostei

Por um instante parei, e vi que a vida não parava por minha causa. Nada parava por mim, tudo passava, e junto com tudo que passava, passava a vida de mim. Passava a alegria e a dor, de mãos dadas e tão íntimas como jamais imaginei, passavam os amigos e os inimigos, e estes dois tão unidos que era mesmo difícil distinguí-los. Passavam a verdade e a mentira que discutiam fortemente com a falsidade e a manipulação. Passavam a fé e o poder, disputando entre si sobre quem reinaria, passava a solidão sozinha no meio da multidão, e passava a vida , sendo seguida de perto pela morte. E eu parada, olhava a vida que passava, os sonhos que passavam, a juventude que já ia muito a frente de todos agarrada à esperança de retornar a vida. Passaram a fome e a miséria gritando contra o preconceito e o abandono, a intransigência e a rudeza condenando e executando a todos, a justiça raquítica se agarrando a uma ética arrogante, e a violência muito bem vestida, sorrindo irônica para todos. Vi a igreja pas

Quem sou

Eu sou quem curte o silêncio o momento o segredo, quem geme de frio e quem fica com medo, quem anda abatido sem ter um lugar pra morar. Eu tenho pressa não minto mas sinto que estou entre as quatro paredes da vida e tenho sede meu amor, e guardo tudo com muito cuidado dentro de mim. ( Maria Bethania cantava esse poema lá pelos idos de 1975...e essas palavras ainda latejam em meu coração pela semelhança que encontram em minha alma )

E você, sabe ?

De que cor é a saudade? do azul profundo e celeste do anel que tu me deste? de um negro e escuro lugar de solidão? de um vermelho e sangrento bater de um coração? de um laranja ardente que teima em queimar a gente? de um verde embolorado no sentimento guardado ? ou de um branco lavado de quem ja foi muito usado? Qual o cheiro da saudade ? do bolo que a mamãe fazia? da terra molhada ou da roupa encharda ? da comidinha quentinha de quando chegava em casa? do perfume suado do primeiro namorado ? Qual a forma da saudade? hexagonal como nada igual ? redonda e hedionda ? quadrada e sempre atrasada ? retangular, mas sempre naquele lugar? Qual o som da saudade? de uma canção de ninar? de alguém que te diz amar? do vento que te quis levar? do amor que não soubeste dar ? Qual a cor , o cheiro, a forma, o som,...não sei. E você, sabe ?? ( Eu só sei que dói )

Meus meninos, minhas meninas...

E nesse gira-gira desse mundo tão rodado , dessa vida tão vivida, meus meninos e minhas meninas cresceram e tomaram suas direções.... Faculdade, EUA, Argentina, Canadá, casamentos, empregos, e todos eles agora crescidindos vão sozinhos caminhar novos caminhos... Foram 11 anos de convivência, amor, discipulado, cultos e vigílias, segredinhos, cumplicidade, carinho, briguinhas e puxões de orelha, muita adoração, conselhos, estudos bíblicos, churrasquinhos e festinhas... foram 11 inesquecíveis anos. Todos inevitavelmente cresceram, e a maioria já amadureceu. Eu vou ficar aqui, olhando vocês de longe, orando e torcendo para que tudo o que aprendemos juntos seja forte e verdadeiro no dia-a-dia de suas vidas. Eu fico aqui, de coração apertadinho de saudades, esperando as férias ou os finais de semana em que vocês venham me ver e me trazer as notícias e os beijinhos. Eu ficarei sempre aqui, orando e pedindo por cada um de vocês, de braços abertos aguardando o abraço, o cheiro e o afago desses

Nos caminhos por onde andei...

Em cada caminho por onde andei por cada lugar que passei, em cada rosto que vi, em cada alma que conheci. Havia vida e havia morte, olhar de dor e olhar de sorte, angústias vivas em almas ativas, dores mortas em vidas tortas. Em cada caminho por onde andei vi correr o tempo , vi sofrer a carne vi sangrar a vida ,vi o acaso roubando vi a alegria reinando, vi a dor sufocando. Em cada caminho por onde andei conheci um rei ou conheci alguém, que reinando bem ou não, dominou, comandou, abusou, usou, traiu-se e caiu. Vi que os reinos não se firmam vi que os hipócritas não se afirmam vi que os amigos vão embora e vi que na vida, tudo tem que ser pra agora. Em cada caminho por onde andei descobri que nada vale mais do que a verdade que nunca se pode esconder a mentira e a falsidade que onde ouver voz haverá um grito e onde houver amor e força, haverá liberdade. Em cada caminho por onde andei vi que o engano não dura e o mau quase sempre perdura vi que o bem um dia vem e na vida sempre tem algu

Sufoco

Me arranca!... mas estanca essa dor, e sufoca esse tremor que abala a minh'alma !! Me corta !... mas extirpa essa anomalia, que como enxerto intruso tem invadido a mim !! Me fura!... mas sangra essa angústia que teima em suprimir minhas forças !! Me mata!... mas me deixe viver o amor com liberdade !!!

O Homem que Sorria

Havia um homem que morava na rua, andando na chuva, comendo do lixo, dormindo no chão. Era um homem que sorria (mais do que fedia) para todos que passavam, mas todos que passavam tinham medo ou tinham pressa e não respondiam ao seu sorriso. Havia um homem que morava na rua, que oferecia seu chapéu e seu sorriso desdentado que tinha fome e muito frio, um homem bom e mal tratado. Havia um homem que morava na rua, que foi levado por irmãos que não sorriam de uma igrejinha triste, mas que acreditavam que podiam mudá-lo, e dar a ele comida boa, roupas novas e um bom banho. Cuidaram do homem que morava na rua, lhe deram um livro grande, preto e pesado, um banho frio e um terno usado, chamaram-no de pecador e endemoninhado, e dele expulsaram o fedor, o chapéu, a fome, e os dentes quebrados, (... e o seu sorriso mais bem dado). Passou-se muito tempo e não se viu mais o homem na rua. Ninguém mais distribuía sorrisos, e a cidade se entristecia, pois nenhum chapéu mais se estendia, mas agora