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Mostrando postagens de março, 2017

Entre Águas, Anjos e Flores , despedida de Luísa Lunardi 18/3

ENTRE ÁGUAS, ANJOS E FLORES. ...e derrepente olhei para os lados e vi, olhos molhados, marejados, doídos, contraídos pela compaixão, tímidos pela dor, reflexivos , incompreendidos, que sem resposta questionavam... Vi um parto inverso, senti a lâmina que rasgava os úteros , ouvi o soluço gemido e inconsolável do choro de quem abria sua alma em luto. Olhei e vi as mãos , inúmeras mãos, apertadas e entrelaçadas, mãos agarradas ao invisível coração ou elevadas aos céus em oração . Olhei e vi olhares que queriam abraçar, olhares que desejam consolar, olhares que queriam gritar, olhares que nem mais podiam olhar... Vi olhares de anjos, de amigos e de irmãos . Ouvi palavras que desejavam ser ditas sendo silenciadas pelo som insuportável do silêncio da dor. Vi o mover de passos que eram preciso dar mas que não levavam a lugar algum , e senti a areia grossa sob meus pés a me empurrar para o mar. ...e derrepente olhei e vi o cinza do céu trazendo as águas de um dia que ch

Gosto disso.

Tudo o que aprendo está sujeito a alteração , tudo que conheço está sujeito ao meu discernimento, tudo o que descubro está sujeito a provas, todos com quem vivo são livres para serem quem são, tudo que estudo está sujeito a avaliação , tudo que penso pode mudar a qualquer momento , afinal, sou um ser humano em formação e com intenção de crescimento , portanto , não consigo viver numa gaiola....aliás, é essa a liberdade que respiro para viver. E gosto disso.

O dia que a cidade chorou

O DIA QUE A CIDADE CHOROU Foi assim, ...sem anestesia, sem esperar , sem aviso prévio, sem cortesia e sem delicadeza que a dor chegou de surpresa. Foi assim, em pleno carnaval, quando a fantasia Ainda nem tinha sido tirada e nossa alma já estava rasgada. Foi assim, o sol amanheceu sem o calor , o mar não tinha cor e o azul do céu já não nos alegrava. Foi assim, tão rápido quanto um dia que nunca se acaba, e tão lento quanto uma espera sem fim. A cidade foi sendo acordada pelas lágrimas de um útero rasgado, foi sendo inundada pela dor do cordão rompido, foi sendo lavada pelo silêncio de mil palavras de amor. Foi assim, em lágrimas de amigos , no choro dos desconhecidos , na dor dos dilacerados, no vazio dos sonhos roubados. Eu olhava e via a multidão de olhos vermelhos, marejados pela solidariedade, infundados pela surpresa, desejosos de que tudo aquilo não fosse verdade. Vi abraços demorados, repetidos , apertados, tímidos e contidos , molhados, silenciosos, ardentes e desespe