Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de abril, 2008

Em busca de um Oásis

As vezes a vida me assusta. Bem, pra dizer a verdade, ela "sempre" me assusta. Desde pequenina que me preparo para ela, e nunca estou pronta. Sinto-me sempre em defasagem, em atraso, perdendo alguma coisa no meio do caminho. Nunca consigo conhecer realmente quem esta ao meu lado, sempre confio demais nas pessoas e no que elas dizem que são, sempre acho que o final será feliz. Isso me cheira a ingenuidade. Leio, estudo, pesquiso, presto atenção, me esforço, e nunca aprendo a viver como "gente grande". Sempre me surpreendo com as atitudes hipócritas e falsas daqueles que eu sempre soube que se aproveitavam de mim , me surpreendo com a violência com que as pessoas se revelam com o passar do tempo, me assusta a falsidade e a facilidade com que mentem e acusam e inventam estórias para viverem. Fico estupefata em ver como podemos incomodar a "central da inveja alheia", me paralizo em ver como existem pessoas destemidas para manipular e teatralizar a vida em se...

Meu bebê cresceu.

Sempre que te olho, me encanto. Me encanto com tanta graça e tanto amor. Você é pra mim um presente divino, um presente vivo, um presente de especial e querido, pois se não fosse por você eu não conheceria o amor. Hoje te vejo crescendo, amadurecendo e não dependendo mais de mim. Tenho um certo ciúme de sua independencia, mas tambem de me orgulho de sua maturidade. São 14 anos de alegria, carinhos e beijinhos, olhares doces, palavras e bilhetinhos de amor, de dormir abraçadinhos, de cheirar o teu cheirinho de bebê. Você cresce, e eu já tenho saudade de você! Nunca pensei que meu coração alemão e gelado pudesse se aquecer com tanto amor e doçura. Hoje, eu só posso agradecer a Deus , por me permitir ser tua mãe e ter você assim, tão pertinho de mim. Te amo, te adoro, infinito e eternamente, forever yong, para sempre jovens, nunca mais te esquecerei.... Parabens pra você, meu Caio querido, que me faz tão feliz!

Se tu puderes, responde.

O que tu vês quando te olhas? um sorriso, uma lágriama ou um aviso, a dor, o perdão ou o amor um manto, a nudez ou um encanto a verdade, a mentira ou a saudade? O que tu ouves quando escutas? tuas verdades ou tuas maldades tuas histórias ou tuas estórias, a voz de Deus ou somente a que ELE te deu? O que tu dizes quando falas? o que deve ser dito ou o que se quer ser ouvido, o que te agrada ou que te maltrata, o que é bom e tem bom som ou o que é ruim e não tem fim, um sim ou um não, um talvez ou um então, tu escorregas ou tu te entregas ? E o que tu sentes quando és atingido por tudo aquilo que mentes quando dizes, que calas quando ouves e que escondes quando vês? Se tu puderes, então responde a ti porque aqui ainda procuro respostas a mim.

Meu menino grande

Como uma chama que arde e queima em meu peito que me aperta e sufoca em meu leito que me aqueçe e me abraça em seu seio, Como um laço que me amarra em sua alma que me enche de calma e que me tem em sua palma, Como a morte que é certa na chegada que não tem dia nem hora marcada que me persegue como alma penada Como um sonho num instante sonhado por um beijo despertado e num abraço apertado se faz um amor bem amado. Como um " o que ?" um " quando ?"ou um " aonde ?" como se fosse ou se era , como quando se tem e não se esconde como um amor de verão em plena primavera. Assim é meu amor de menina não crescida para o meu crescido amor menino.

Todo dia, era dia de índio...

Todo dia era dia de alegria, a gente sorria , brincava e corria a gente caçava , dançava, e comia porque todo dia era dia de alegria Então, num dia de alegre euforia chegou visita na casa da alegria e a visita entrou e não mais saía e quando saiu levou nossa vida Hoje nossa vida estranha ficou tem choro, doença que o branco deixou nosso tersouro e nossas riquezas, alguém roubou a morte e a dor com a gente sentou e hoje só se come o que do branco restou. Não tem mais dança, floreta e nem terra, mas tem muita gente querendo guerra não é mais guerra de índio (de pau e pedra) mas guerra de branco (que em tudo exagera) Todo dia era dia de alegria, dia de vida e de euforia a gente corria e dançava, caçava e comia a gente ia e vinha, e vivia sorrindo só porque todo dia , era dia de índio.

Beto, Roberto, o ex-analfabeto.

Era uma vez um menino chamado Beto. Beto era analfabeto , sem-teto, não fazia nada certo, não falava correto, e nunca conseguia andar reto. Beto não era mal, mas se achava o tal porque não comia sal. Beto era bom, e quando curtia um som sempre elevava um tom. Mas Beto pouco entendia, nada sabia e nunca sorria. Era um menino excluído, mal parido, de corpo todo contorcido, que ninguém desejaria ter sido. Mas seu nome era Beto, e nem o nome ele escrevia certo. Beto no lixo um dia achou, um caderno que alguém jogou e com um lápis imitou as formas e letras que olhou. E foi Beto imitando até que um dia o frei Nando em suas andanças o encontrou. Frei Nando olhou para Beto e lhe mostrou as letras ao certo e Beto em sua alegria foi-se aos poucos se tornando esperto. Frei Nando com paciência ensinou a Beto toda ciência, e Beto desabrochou em sua experiência. Hoje Beto é Roberto e já não é mais um sem-teto, tem carro roupa e sapato, mulher filhos e muitos livros, e na escola que trabalha, Beto aj...

Só por um momento...

Se só por um momento o tempo parasse o mal desistisse a verdade fosse estabelecida a alma sossegasse o perdão de verdade perdoasse o amor amasse de fato, Se só por um momento o homem prestasse atenção e dominasse seus impulsos e a razão fosse amorosa e a paixão não fosse efêmera e o que estivesse junto não se separasse mais, Se só por um momento a graça desenhasse a vida a calma abraçasse a paz a paz invadisse a alma e a alma descanssasse em paz Se só por um momento, numa fração de tempo num breve instante num estalar de dedos num piscar de olhos ou num olhar de relance ou então, como um soluço, um espirro ou um tropeço Se só por um breve momento tudo ficasse mais lento e todos prestassem mais atenção nada seria como é nada seria como está algo poderia ser feito onde nada feito está, apenas se todos prestassem atenção, só por um momento.

Poeminha de um cochilo...

Ah...se o tempo fosse lento e na vida eu tomasse tento se a sabedoria por um só momento me tocasse como um vento Então eu iria, e lá pro alto voaria e vorazmente escreveria, novas histórias em minha vida. Histórias pra serem vividas menos sozinha menos sofrida menos corrida e menos parida uma nova história escrita e colorida vivida em outra vida. ...Mas essas são só palavrinhas cochiladas num poeminha ...

Novas mudanças à vista.

Nunca gostei de mudanças, de andanças ou viagens. Gosto mesmo é de segurança e endereço certo. Como boa capricorniana que sou, gosto mesmo é de terra firme, montanhas no horizonte, muros altos, cheiro de bolo quentinho e a casa cheia de amigos. Mas a vida gosta de me levar para o alto mar. Desde o dia em que minha memória passou a registrar os fatos eu me lembro de estar mudando, saindo e chegando, embarcando e desembarcando. Seria viver uma grande mudança?...esteja certo que sim. Viver é estar sempre mudando de casa, de planos, de amigos, de afetos e desafetos, de situação financeira, de cidade, de sonhos e de idéias. Quanto mais envelheço mais me esforço para gostar de mudanças, mas ainda resisto na esperança de me estabelecer, mas tenho a sensação que isso será somente no dia em que sobre mim for jogada a última pá de terra e colocada a lápide escrita: Enfim, a morada eterna daquela que nunca quis mudar-se.

O que há ?

O que há entre o alto e o baixo entre a queda e o salto entre o tombo e o asfalto ? O que há entre o bem e o mal entre o doce e o sal entre o quem e o qual ? O que há entre o ler e o escrever entre o fazer e o comer entre o ter e o ser ? O que há entre o amor e o ódio entre o ânimo e o tédio entre a cantada e o assédio ? O que há entre um e o outro entre eles e elas entre eu e você ? O que há ? O que há ?

Avaliando e escrevendo...

As vezes me canso da vida, e é mesmo uma tremenda canseira na raiz da minha alma. É uma exaustão dos círculos viciosos dos quais nunca consigo escapar, é uma vontade louca de ir embora, daqui, de mim e de tudo... e me pergunto: Como seria se eu não tivesse feito as escolhas e as renúncias que fiz? Tenho a sensação que fiz muitas escolhas erradas e renunciei a muitas coisas certas, mas acho que isso é envelhecer. A vida vai passando e a gente vai avaliando, avaliando... vendo o que não via, sentindo o que não sentia, chorando o que não doía, e avaliando, avaliando... Não é uma questão de depressão ou de tristeza, ainda que esses sejam os resultados práticos da dor, mas é algo como uma desesperança de tudo, como um buraco sem fundo, como se o último fio da corda que me prende fosse mesmo arrebentar, como se já houvesse decretado em meu destino o "aceitar", o "calar", o "engolir". Eu eu , vou escrevendo....porque do que gosto na vida, é o que me restou fazer....

Auto-retrato

Sou assim, um vulcão adormecido: Uma estrofe de canção um acorde no violão um pedaço de papel muita tinta no pincel e uma caneta na mão. Muito colorida pouco organizada sempre de partida e procurando uma morada. Observo, avalio e pondero não julgo, mas muitas vezes condeno não entendo e nunca ordeno. Excluo da mesma forma que incluo esqueço o que não gosto, o que foi mal e o que lembrar não posso. Não sei dizer não não sei ficar sem chão me perco quando o amor vira bola de sabão. Gosto de gente humilde de gente simples e de gestos simples, não gosto de pompa nem de multidão, muito menos de café forte ou de manteiga no pão. Sou assim, um vulcão em erupção: Derramo lavas de paixão no silêncio de minha emoção me queimo no fogo ardente das notas quentes da razão. Me irrito sempre porque sempre facilito, e pra ter paz eu até grito. Da verdade eu tiro até o bagaço e dela faço um laço que me amarre na liberdade, que me afaste do fracasso e abençoe tudo o que faço. Não suporto mentira e falsid...