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Auto-retrato

Sou assim, um vulcão adormecido:
Uma estrofe de canção
um acorde no violão
um pedaço de papel
muita tinta no pincel
e uma caneta na mão.
Muito colorida
pouco organizada
sempre de partida
e procurando uma morada.
Observo, avalio e pondero
não julgo, mas muitas vezes condeno
não entendo e nunca ordeno.
Excluo da mesma forma que incluo
esqueço o que não gosto,
o que foi mal e o que lembrar não posso.
Não sei dizer não
não sei ficar sem chão
me perco quando o amor vira bola de sabão.
Gosto de gente humilde
de gente simples e de gestos simples,
não gosto de pompa
nem de multidão,
muito menos de café forte
ou de manteiga no pão.

Sou assim, um vulcão em erupção:
Derramo lavas de paixão
no silêncio de minha emoção
me queimo no fogo ardente
das notas quentes da razão.
Me irrito sempre porque sempre facilito,
e pra ter paz eu até grito.
Da verdade eu tiro até o bagaço
e dela faço um laço
que me amarre na liberdade,
que me afaste do fracasso
e abençoe tudo o que faço.
Não suporto mentira e falsidade
gente que usa
gente que abusa
e gente que gruda.
Amor pra mim não tem idade
e o que mais vale é a felicidade.
Se me apertam eu choro,
mas se me tocam eu grito,
tenho medo de altura,
e detesto tudo que é mito.
Espero sempre muito tempo
e por isso dizem que sou paciente
mas na verdade apenas espero
deixar o tempo esfriar minha mente.
Sou por vezes demasiadamente passional,
e por outras exageradamente racional
e do jeito que acredito acredito,
fica o dito pelo não dito.
Choro a noite escondidinho
a frustração do tempo perdido
a falta do que me foi roubado
a dor de um coração partido.
Tenho saudades dos sonhos sonhados,
e dos sonhos não realizados,
dos sonhos perdidos,
e dos que nunca foram encontrados.
Tenho saudades do que não fui
do que não fiz,
do que não vi,
do que não vivi,
e me pergunto sempre porque parti,
afinal, vim dali e cheguei aqui.

Sou assim, um vulcão antigo, perdido, apagado,
mas falta pouco para que ele faça muito estrago.

Então me dizes : Tu, quem és ?

Comentários

  1. Eu queria ser um pouco assim... como você!


    beijos daqui...

    ResponderExcluir
  2. Oie minha amiga...

    Lindo poema!!!

    Eu sou flor despedaçada pelo vento,
    Galho velho querendo renascer de uma chuva,
    Mulher sempre menina com medo de crescer...
    Triste e alegre de estar aqui mais um dia...
    Boba e timida, Esperta e sagaz...
    Lagrima constantemente corrente em meu rosto, sendo amparado por tantos que me querem bem...

    Eu sou Somente EU mesma!!! Janaína

    ResponderExcluir
  3. Eu amo manteiga no pao. Ainda mais quando o pao está quentinho, rs.

    Tudo bem querida?

    Por aqui está bem melhor agora que os passarinhos comecam a cantar saudando a chegada da primavera!!!

    Grande beijo

    ResponderExcluir
  4. Minhã querida irmã,

    Precisamos desse seu vulcão sempre aceso e encandescente. Não deixe e nem permita sua alma secar.

    Discordo de um ponto: Você é um vulcão novo, com muita energia, muita sensibilidade e já começou a fazer (não estrago) mas muito bem, para muita gente!

    Quem segurará o caminho do amor? Como lavas à procura dos mares, Sant'Alice sabe de sua missão.

    Precisamos desse vulcão - hoje tivemos duas perdas (espero momentâneas) e sua responsabilidade aumentou!

    ResponderExcluir
  5. Amor, o nosso amor continua encandescente e o vulcão do pensar ardente.

    Ti amo, beijão

    ResponderExcluir
  6. Olááá,
    lindo poema Aliceee...
    aliás, vc escrever muito bem!
    E que não deixemos a chama da vontade de viver se apagar em nós, nem q esse vulcão entre em erupção, mas seja derramando Amor...

    xD
    Fik c Deus

    ResponderExcluir
  7. Eu sou tanta coisa que nem sei...
    Sou mar, e tenho toda a rebeldia inavisada dessas águas claras.
    Sou floresta, e tenho nos olhos essa cor-esperança.
    Sou borboleta, porque me recolho e me encasulo quando preciso mudar a cor das asas.
    Sou colorida, muito embora muitas vezes a vida tente impor um preto e branco.
    Sou vida. Intensa. Delicada e arredia. Sou.

    Beijos.

    ResponderExcluir

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