Pular para o conteúdo principal

Quando olho aqui de cima...

...e vou eu assim voando
e aqui de cima vejo que a vida é só loucura
é gente que briga ou só censura
é gente que te olha sem brandura
é gente que tem a mente engessada e muito dura
Daqui de cima também vejo
o que aí em baixo não percebo
vejo gente amarga que no fundo é doce
e gente doce que amarga a alma de quem passa
Vejo o bem que eu não faço
e o quanto esse fato me arma laços
vejo o mal que nos persegue
e o bem que ninguém percebe
Aqui do alto eu me escandalizo
com o desânimo e a tristeza de que não preciso
vejo novas trilhas e novos rumos
e sei que um dia eu tomo o prumo
e acerto o alvo incerto e movediço
Só fico triste quando descubro
que não posso ficar aqui
e que querendo ou não
(e é inevitável)
que eu ponha os pés no chão
Mas quem sabe com tudo isso que vi
faço as mudanças necessárias
e consigo definitivamente conquistar
o meu direito de não querer estar
e o meu prazer de só voar...

Comentários

  1. Pois é, Alice,

    Gostei da simbologia da sua poesia. Olhar do alto não significa menosprezo, mas sim a necessidade de se distanciar para ver as coisas em sua plenitude.

    Do alto vemos tudo em detalhes, mas também nos dá a oportunidade de nos afastarmos das coisas ruins. Entretanto, infelizmente, como você finalizou, temos que descer.

    Abraços.

    ResponderExcluir
  2. Oi, Alice querida!

    Teus poemas sempre tão belos!

    Concordo com o que o Valdemir falou: Às vezes é realmente necessário distanciar-se, para ver as coisas em sua plenitude!

    Obrigada pelo teu carinho sempre, amiga de alma linda!

    Te adoro!

    beijo carinhoso,

    neli

    ResponderExcluir
  3. Por vezes, é preciso um distanciamento para distinguir o doce do amargo. E nesse poema, sinto claramente essa possibilidade em linhas tão bem escritas.
    Um abraço

    ResponderExcluir
  4. É, do alto podemos ver com mais frieza, com mais exatidão...

    O duro é que muitas vezes, mesmo tendo o pé no chão, temos que nos deparar com situações que nos colocam abaixo do chão, na rasante... Então temos que tentar nos reestruturar para podermos segui adiante...

    Mas você, morando ao nível do mar... rs

    bjs

    ResponderExcluir
  5. Teu poema me lembrou "Up on the roof", de James Taylor, soberbamente cantada por Carole King. Ver as coisas lá de cima é bom, muito bom. desde que a gente não esqueça de descer, "pé no chão", e batalhar.
    Bj

    ResponderExcluir
  6. Oi, Alice!

    Deus deu a você a capacidade de traduzir seus sentimentos e pensamentos de uma maneira ímpar.

    Ver de cima, uma idéia. Ver como agem as pessoas, como elas são, como somos. Sim, somos!!

    O pé no chão, uma necessidade. Existem pessoas que precisam da Alice que olha daí de cima, e desce para ir de encontro a elas...

    Beijos

    ResponderExcluir
  7. Quando é que vc vai criar coragem para lançar um livro de poesias? Material tem com fartura.

    Abraçao!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Comente, mas não tente decifrar-me.
Nem sempre escrevo por mim, muitas vezes escrevo para mim também...

Postagens mais visitadas deste blog

À GEORGIA (Saia Justa), COM CARINHO...

Georgia , Quem não te conhece não sabe o quanto é doce teu coração. Quem não te conhece não pode imaginar o quanto são fundamentadas as suas ações. Cidadania, integridade e sensibilidade talvez pudessem ser seus nomes e sobrenomes. Você Georgia, é daquelas pessoas que nos surpreendem pela sensibilidade espiritual e pela atenção que tem ao que é importante e ao que pode melhorar nosso planeta e seus habitantes. São pessoas como você que fazem a diferença, que movem os moinhos, que constróem os castelos eternos e que transformam o que nos parecia imutável. Nos pouco mais de 2 anos que estou "no ar" nessa maluca e indispensável blogosféra , tenho acompanhado suas postagens com carinho e atenção. Tenho te visto engajada em temas profundos e sérios, tenho partilhado de sua linda família e seu amor por eles, e te vejo movida movida por ideais maiores a cada palavra que nasce de tua escrita. Gostaria muito que todos me ouvissem ou me lessem quando digo que nosso mundo precisa de pes...

Minha Doce Eternidade

Quanto tempo você levou para descobrir que o tempo passou pra você ? Eu, particularmente, nunca pensei que o tempo pudesse passar pra mim, e sempre acreditei na eternidade (eterna alegria, eterna juventude, eterna saúde) . Mas o tempo passa, e passa tão naturalmente que mesmo com o passar dele ainda me sinto eterna ( rsrsss ). Sinto-me como sempre me senti. Posso perceber em mim a mesma Alice de 15 anos, ou a mesma de 28 anos, ou ainda a mesma dos 35 anos. Penso da mesma forma, choro com a mesma dor, grito com a mesma intensidade, me alegro com a mesma euforia, mas a única coisa que estranho é essa imagem que teima em aparecer todos os dias pra mim diante espelho...Nessa imagem há cabelos estranhos que clareiam a cada dia e penso que ainda ficarão todos brancos...nesse corpo que vejo já não há tanta leveza e muito menos agilidade, e há também certas dores que caminham por ele que antes eu não notava. Mas ainda me sinto eterna. Há uma estranha dentro de mim que briga comigo o tempo t...

Canseira...

Há um cansaço antigo em minha alma que me persegue há séculos. Tento dribla-lo, confundí-lo, exortá-lo, mas sempre volta. De tempos em tempos nos reencontramos e nossos papos sobre os humanos exigem de mim um esforço sobre-humano. Esgota-me ver a hipocrisia e a falsidade da lógica infundada daqueles que teimam em expor o que não pensam. Esgota-me ouvir balelas, invencionices, blas blas blas metódicos ou teológicos. Esgota-me conviver com o absurdo, com a fantasia ou com mentiras, e o pior é que nunca consigo me ver longe disso. Chego a conclusão que o mundo é uma grande teia tecida e gosmenta onde somos grudados a valores errados dos quais não conseguimos nos soltar. Sei , sei... parece demais, exagero, bobeira....mas você que me lê e que gosta de liberdade, que prefere a Graça e que insiste em acertar , certamente sabe do que falo. Falo da obrigação em conviver - e muitas e muitas vezes ter que engolir - com absurdos humanos e espirituais. Não bastasse eu ter que ver esses pse...