E no meio do deserto tinha uma casinha,
abandonada e destelhada,
abrigo destruído de peregrinos e forasteiros.
Mas era uma casinha.
Para quem anda sob o sol escaldante da angústia,
para quem respira o vento quente da insegurança,
para quem tem os pés queimados pela decepção,
a casinha era abrigo e refrigério.
Quando cheguei, já havia por lá um povo estranho,
recostado na única parede sombreada.
Todos tão juntinhos e querendo se esconder do calor
que a dor soprava sobre eles, e nem percebiam.
Havia tambem um sussurro pelo ar
como alguém nos querendo avisar,
que meus ouvidos teimavam em interpretar.
A sede e a fome entre nós era tanta
que não percebíamos a água suja e o pão embolorado que comíamos.
Mas o mundo foi girando
a dor foi aumentando
a água e o pão se acabando
e o mundo girando, girando girando.
Girou tanto o mundo seco
e ventou tanto nas vidas duras
que o pouco que havia da casinha
foi sendo destruída na guerra pela sombra,
e hoje,
já não me iludo mais com casinhas no deserto,
com miragens ou com sonhos,
aprendi que desertos devem ser trilhados até o fim.
Já não me satisfaço mais com pães embolorados
ou com águas barrentas,
já não quero mais a sombra,
nem o engano do mundinho gira-gira.
Quero paz e alegria
alicerces e telhados
paredes firmes
e a pedra de esquina,
quero água e pão sempre vivos.
Quero olhar o sol
e não mais fugir dele
olhar a dor de longe
e não mais levá-la comigo
me desfazer da decepção
da angústia e da insegurança,
e voltar pra casa.
Já gastei tudo o que tinha,
já me roubaram o que restou,
e só ficou essa canseira danada
grudada na alma.
Mas continuo a caminhada,
e torço para que não seja mais um engano
o abrigo fresco que meus olhos estão a me mostrar.
Vou até lá,
mas só entro se tiver ar-condicionado.
( até parece a história de uma igrejinha que conheci...ou seria realmente a história?)
abandonada e destelhada,
abrigo destruído de peregrinos e forasteiros.
Mas era uma casinha.
Para quem anda sob o sol escaldante da angústia,
para quem respira o vento quente da insegurança,
para quem tem os pés queimados pela decepção,
a casinha era abrigo e refrigério.
Quando cheguei, já havia por lá um povo estranho,
recostado na única parede sombreada.
Todos tão juntinhos e querendo se esconder do calor
que a dor soprava sobre eles, e nem percebiam.
Havia tambem um sussurro pelo ar
como alguém nos querendo avisar,
que meus ouvidos teimavam em interpretar.
A sede e a fome entre nós era tanta
que não percebíamos a água suja e o pão embolorado que comíamos.
Mas o mundo foi girando
a dor foi aumentando
a água e o pão se acabando
e o mundo girando, girando girando.
Girou tanto o mundo seco
e ventou tanto nas vidas duras
que o pouco que havia da casinha
foi sendo destruída na guerra pela sombra,
e hoje,
já não me iludo mais com casinhas no deserto,
com miragens ou com sonhos,
aprendi que desertos devem ser trilhados até o fim.
Já não me satisfaço mais com pães embolorados
ou com águas barrentas,
já não quero mais a sombra,
nem o engano do mundinho gira-gira.
Quero paz e alegria
alicerces e telhados
paredes firmes
e a pedra de esquina,
quero água e pão sempre vivos.
Quero olhar o sol
e não mais fugir dele
olhar a dor de longe
e não mais levá-la comigo
me desfazer da decepção
da angústia e da insegurança,
e voltar pra casa.
Já gastei tudo o que tinha,
já me roubaram o que restou,
e só ficou essa canseira danada
grudada na alma.
Mas continuo a caminhada,
e torço para que não seja mais um engano
o abrigo fresco que meus olhos estão a me mostrar.
Vou até lá,
mas só entro se tiver ar-condicionado.
( até parece a história de uma igrejinha que conheci...ou seria realmente a história?)
Parecia um pesadelo no inicio...
ResponderExcluirReclama tudo a que tens direito,bjj:)
bah,ar condicionado e controle remoto,sao invenções otimas,nao?
ResponderExcluirsahbsauhbsuabsa
obrigada pelo elogio ao meu blog!
Querida Alice, maravilhoso o teu texto!
ResponderExcluirMuito bonito!!!!!!!!!
Beijinhos de carinho.
Fernandinha
"Só entro se tiver ar condicionado."
ResponderExcluirIsso foi ótimo!
8)
Olá querida amiga, um fabuloso texto com amaragura e contida esperança...que te fizeram? Quem te magoou...?
ResponderExcluirDoce beijo
"já não me iludo mais com casinhas no deserto,
ResponderExcluircom miragens ou com sonhos,"
Lindo texto. Difícil admitir que sabemos não nos iludir mais. mais difícil ainda, e não se iludir.
Bjos e fica com Deus!
Ah! Obrigada pela visita e pela força!
Alice,
ResponderExcluirBela história ou bela poesia?
Bem, não tem importância...
Só quero que Deus me ajude a não parar nas casinhas do deserto,
e seguir firme minha caminhada.
Se possível, com ar condicionado!
Olha, concordo com o Rubinho, viu.
ResponderExcluirO texto é muito bonito.
beijao
senti até a garganta seca agora. sorte que tenho minha casinha que não é no deserto pra morar! :)
ResponderExcluiradorei
beijos.;*