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A QUEDA

(Uma breve visão da queda)

Era como um puro-sangue, ágil, altivo e imponente. Sua imagem era a melhor expressão de segurança, perfeição e orgulho.

Jovialidade era seu estilo, altivez o seu sorriso, e inveja a sua maior companheira.

Por onde andava havia festa e despertava em todos os mais duvidosos e antagônicos sentimentos.

Era assim, como música para os ouvidos, como flores para os olhos, como doce para o paladar e como o amor para o coração.

Pena tão belo ser não ter conseguido conter a si próprio.

Seu "eu" era maior do que tudo e não suportou sua própria condição de belo e admirável, desejando o que estava além de suas competências.

Devorou-se a si mesmo, derrotou-se em si próprio, invejou-se em sua inveja, e desejou ser Deus.

De tão belo tornou-se impróprio, de tão doce amargou-se em seu paladar, de tão afinado tornou-se um desatino e de tão amável tornou-se odiosamente excluído.

Como uma estrela cadente foi lançado
e hoje torna-se laçado
e em seu próprio laço está amarrado
ao seu destino já traçado.
E eu , em meu caminho torto e mau vivido
tenho a muitos conhecido
a quem infelizmente
posso chamar seus filhos.

E se a você interessa saber,
Lucifér era o nome desse ser.

Comentários

  1. adorei a tua definição pra ele.
    no começo eu já suspeitava, que era ele ,haha
    escreves bem .beijo

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  2. Grande foi a sua queda.
    Sua cabeça está esmagada.
    A Verdade aniquilou seu poder.

    Abraço Alice.
    DTA.

    ResponderExcluir
  3. Alice, fique pasma agora... que belo, o fim me surpreendeu... belas palavras pra falar de algo tão ruim... Bjoka

    ResponderExcluir
  4. Oi,Alice
    Passei aqui por acaso, e deparo-me com um blog que considero muito bom.
    Li apenas algumas coisas, porque estou com pouco tempo (tenho que ir preparar o meu post para amanhã)
    mas do que vi gostei imenso.
    Tenho que voltar, sem dúvida.
    Tem aqui poemas lindíssimos.
    Parabéns!
    Beijinhos
    Mariazita

    ResponderExcluir
  5. Pois é, falando assim, dessa maneira, dá até dó...

    ResponderExcluir

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Comente, mas não tente decifrar-me.
Nem sempre escrevo por mim, muitas vezes escrevo para mim também...

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