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Mostrando postagens de janeiro, 2008

Eu tenho medo, e você ?

Eu sempre tenho medo. Não conto isso pra ninguém, mas tenho medo, e muito. Tenho medo de barata, de bandido, de acidentes, de doenças, medo de que meus filhos morram ou que aconteça algo ruim com eles, que meu marido sofra qualquer coisa ruim, medo de morrer e deixar minha família, medo de não conseguir pagar as contas, de não ter dinheiro pra cobrir o cheque, de ficar pobre e morar debaixo da ponte, medo das calúnias e fofocas que podem destruir , medo de bater o carro, de ficar aleijada, medo da inveja, do ciúme, da solidão e da depressão, medo de altura e montanha russa, de fogos de artifício e dos rojões, medo de cachorro grande, medo de acordar e tudo começar a dar errado....tenho medo, tenho muitos medos. Ninguem sabe que tenho medo, nem que são tantos os medos que tenho. As pessoas me acham corajosa, me veêm como alguém forte, segura, e me procuram para se fortalecer, aconselhar-se, encontrar descanso. E eu.... eu os aconselho, fortaleço e acalento, mas não por isso deixo de te

Arrazoando com Deus

Haverá descanso para a alma roubada, sequestrada, violentada, e destruída em tudo o que mais amava ? Haverá descanso para aquele que fez, construiu, ornamentou, cuidou, zelou, suou, entregou, doou, trabalhou com tanta dedicação, amor e carinho e do dia para noite foi invadido pelo ladrão e assassino, e se vê sem nada mais do que amava em suas mãos? Haverá descanso para alma que conhece a face, o endereço, o nome, RG, CPF, o título de eleitor, os defeitos, os gostos, e as doenças de seu algoz ? Haverá descanso para quem procura a paz e tudo o que encontra a sua volta é a guerra declarada a alma humana? Talvez se fossemos anjos, ou quem sabe arcanjos, seres alados e adoradores desprovidos dos sentimentos de dor e recheados do mais doce amor. Quem sabe se fossemos extra-terrestres seres superiores e sobre suas dores, extirpadores viajantes das galáxias com dia e hora para partir num disco voador. Talvez se fossemos santos quem sabe milagreiros ou profanos acima de tudo e de todos j

O fio da navalha

Vou afiar minha navalha me despir de quem não valha vou entregar os mentirosos e abrir mão dos poderosos Vou soltar a voz aos quatro ventos mostrar ao mundo seus verdadeiros intentos destruir as obras profanas dos homens sedentos revelar a todos no seu devido tempo Vou delatar, vou entregar, confessar em juízo as mais duras verdades Vou mostrar o que fez a hipocrisia e a sordidez de quem nada valia, vou mostrar como a mentira destrói e como a falsidade a vida corrói Vou gritar bem alto e bem forte e com uma navalha fatiar sua sorte Não vou mais depender e muito menos defender, e que os fariseus ao se entre-olharem do que fizeram já não possam se esquecer Pois o meu grito Deus ouviu e do Alto Monte ressurgiu Sua Justiça descerá e a tudo isso consumirá. E então, e só então, com missão cumprida vou entregar a minh'alma pra descansar. Soli Deo Glória

Poeminha de águas passadas

Corre minha mente pelas passagens dementes da intenção desliza minha mente pelas águas correntes do coração escorre minha mente pelo corpo dormente da exaustão, Mente bandida que me teima levar a lugares perigosos onde não quero estar mente que domina e que teima mostrar a verdade e as mentiras de quem não se deve amar.

O meu canto.

Canto, e num lamento entrego a vida ao som da alma. Canto, e por encanto não mais lamento a dor, recupero a cor, e novamente canto. Canto, e num momento a alegria retorna, a vida me adorna, e nada mais importa. Canto, e a paz invade o corpo, e me deixa mole e ninguém mais bole, ninguém mais torçe meu encanto. Canto, simplesmente canto, e me levanto, e alcanço, e me entrego, me esfrego e me molho, mergulho e apago o fogo, e mostro o meu canto, mostro minh'alma lavada mostro minha vida marcada mostro a dor escancarada e a alegria restaurada. É por isso que canto. Simplesmente canto. Porque cantar me limpa, me restaura e me renova. Cantar encanta minh'alma, e refaz minha calma. Canto, em qualquer canto, eu canto.

Conselhos

Quando percebi a vida já havia passado, o tempo já havia corrido, as rugas já haviam chegado, e a dor já tinha se instalado. Quando percebi, não havia mais forças em meus braços, não havia mais determinação em minhas palavras, e meus pés já não caminhavam mais. Quando percebi, você já não estava mais, a solidão me afogava a alma, a dor passou a ser minha companheira e a morte se assentou ao meu lado. Quando percebi, os amigos já não mais estavam, os amores já não mais existiam, a família já havia partido, mas a saudade não me havia esquecido. Quando percebi, não me restava nem esperança. É bom que na vida se preste atenção para que a morte não chegue sem ser percebida. É bom que na vida se viva intensamente cada segundo, para que não se arrependa de nunca te-la vivido. É bom que na vida exerçamos o amor , físico, fraterno, interno, externo e de fato, para que a solidão não nos roube também as boas e doces lembranças . É bom que na vida sejamos bons, uns para com os outros, que façamo

Vida: 40º

E no meio do deserto tinha uma casinha, abandonada e destelhada, abrigo destruído de peregrinos e forasteiros. Mas era uma casinha. Para quem anda sob o sol escaldante da angústia, para quem respira o vento quente da insegurança, para quem tem os pés queimados pela decepção, a casinha era abrigo e refrigério. Quando cheguei , já havia por lá um povo estranho, recostado na única parede sombreada. Todos tão juntinhos e querendo se esconder do calor que a dor soprava sobre eles, e nem percebiam. Havia tambem um sussurro pelo ar como alguém nos querendo avisar, que meus ouvidos teimavam em interpretar. A sede e a fome entre nós era tanta que não percebíamos a água suja e o pão embolorado que comíamos. Mas o mundo foi girando a dor foi aumentando a água e o pão se acabando e o mundo girando, girando girando. Girou tanto o mundo seco e ventou tanto nas vidas duras que o pouco que havia da casinha foi sendo destruída na guerra pela sombra, e hoje, já não me iludo mais com casinhas no deser

No ato: um gato e um rato.

No ato , desato o laço atado a alma, De fato , eu ato a alma e desato o laço. Me amarro , me laço e me ato, me encontro no ato em sufocante laço me solto e desato o laço que é fato, é fato marcado na essência do ato. Um gato e um rato na fuga do ato se amando de fato. O amor do gato a dor do rato e o fato. Consumado. Seria eu o gato e tu o rato?

Em silêncio

Ah... ! ...a profundidade da ausência, o calor gelado da cama vazia, o corpo molhado da água fria... Ah...! ...a vida escondida de quem não chora, de quem não fala, de quem não grita, de quem na vida já é morta... Ah...! ...a loucura, branda secura das águas mornas que alagam a alma dos abandonados... Ah...! ... dura coisa é morrer, é matar, é deixar de viver o amor que não se quer amar.

No canto em que me encolho

... E fui parar num canto, envolta no teu manto, e te olhando me perdi de mim. E nesse canto é que eu me rasgo toda, me arranho, me lanho e engulo a impotência dos sonhos, e grito como animal ferido, só pra ver se tu me ouves, e saber se tu me encontras e me encolho toda, suada e doída como mulher parida, como quem busca sua alma perdida, como quem nunca tem partida, como se o tempo se tornasse lento, como aquela que nunca toma tento. ...E fico no meu canto, e rasgo esse teu manto, e em trêmula expressão me entrego e já não nego mais, a dor da solidão, a angústia da vida e a ausência de ti.

E daí ?

E daí ? se eu ficar e não quiser sair se eu chorar e não quiser sorrir se eu for e você não puder vir... E daí? se um terremoto me engolir se a maré não subir se a mãe não parir... E daí? se me pedir e eu não quiser dar se eu respirar e não tiver ar se eu pensar e não quiser falar... E daí ? se o mundo tiver um troço se eu gritar que já não posso se é na dor que eu me enrosco... E daí? se a loucura se tornar brandura se o amor despedaçar a flor se a vida já não for tão dura e eu,...seja lá quem for... E daí ? E daí ? E daí ?

Minha (nossa) Dor

Qual é a dor mais doída? a dor da alma a dor do corpo ou a dor da vida ? Onde dói mais a dor mais doída? na sua tristeza na sua doença, ou na sua ferida? Onde se cura a tua dor mais doída? no pseudo-perdão, na mão do cirurgião, ou no amor pela vida ? A dor que dói de maneira doída que rompe as feridas e que enlouquece a vida, é a dor que dói escondida no segredo da vida .

Vida e Morte

Vida sonhada amarrada vivida doída doida afoita passada na moita contida expelida exposta parida abortiva querida odiada eternamente esperada. Morte certa esperta incerta distante ofegante repentina marcada comprada vendida anunciada no parto no ato no fato do lado querida esperada desejada eutanásia na hora no dia no tempo agora na cidade sem idade esperada eternidade.